- Porque sempre é dia de celebrar o maestro soberano que levou o Brasil no nome, no coração, e nos mais belos acordes de sua canção! -
Antônio Brasileiro... Sem saber, soprou as toadas que, para sempre, seriam
trilhas de nossas jornadas. Se até Sinatra o reverenciou, o que mais
podemos dizer? Somente que ficamos assim, como retrato-em-branco-e-preto,
carentes das cores de tuas melodias... Se alguns não sabem apreciá-las,
perdoa-os maestro, nem todos têm ouvidos iguais aos seus, possuem apenas
aqueles que Deus lhes deu....
Em tuas canções, revelastes o Rio para o mundo... Corcovado e Ipanema, ficaram
ainda mais belos ao serem emoldurados por teus acordes! Garota de Ipanema...
Que moça nunca desejou ser aquela que faz o mar seguir a cadência do seu
rebolado no vai e vem das ondas? Todas queríamos ser um poema ao alcance de
tuas mãos...
Ah, grande gênio, tentaram te prender em gêneros, - que tolos! - , tu
escapulistes de todos... Fostes da beleza de Copacabana á vida dura do morro
feito por um povo que precisa de voz... Abristes caminhos para a Bossa Nova, e
partiu, passeando por outros estilos, com seu jeito mais do que único de tocar
violão, extraindo as notas mais belas as quais nossos ouvidos - e coração -
foram apresentados. O que fizestes com nosso coração e alma? Roubastes no roubo
mais poético que já pôde ser visto, junto a Chico e Vinícius, principalmente. O
gênio, o malandro, o poeta... Fizeram das canções impossíveis as mais belas
canções de amor: dos olhos que se encontram, das mãos que se anseiam, do
sentimento desenfreado, do coração partido (que fez, das mentiras de amor, um
samba-canção)...
Ah Maestro, quanta ausência... Quanta falta fazes aqui! Melodias engavetadas
por não estares aqui para ouvi-las serem letradas... Imagina isso? Não há
sentido de compor sem a tua "pegação de pé" com a letra. O Jardim
Botânico ficou menos esplendoroso sem seu ilustre visitante. Faltam seus
passeios. Falta quem se atente aos macucos (ou macacos, ou malucos). Falta quem
procure o verdadeiro nome das plantas (abandonastes Chico com sua 'mangífera
índica'). Quanto ao Bar do Veloso? Sem o gênio e o poeta, creio que a beleza
gloriosa da boemia que o preencheu, hoje vive só na lembrança...
Ah Antônio, não peço que toques, afinal, sei que partistes já saturado de
tantas notas e sons; só peço que nos ensine daí, a sermos mais gente de pé no
chão e de coração mais aberto, como fostes, porque meu amigo, só nos resta a
certeza de que é preciso inventar de novo o amor!
De cá, estaremos celebrando tua trajetória, cantando tuas poesias para encher o
coração de mais fé em nossa ascensão, afinal a boa música é sim uma forma de
oração!
Parabéns Maestro amado!
Preenches aquilo que te cabe: o lugar eterno em nossos corações!
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