Ao Maestro Soberano: Tom Jobim!

domingo, 26 de janeiro de 2014




- Porque sempre é dia de celebrar o maestro soberano que levou o Brasil no nome, no coração, e nos mais belos acordes de sua canção! -

  Antônio Brasileiro... Sem saber, soprou as toadas que, para sempre, seriam trilhas de nossas jornadas. Se até Sinatra o reverenciou, o que mais podemos dizer? Somente que ficamos assim, como retrato-em-branco-e-preto, carentes das cores de tuas melodias... Se alguns não sabem apreciá-las, perdoa-os maestro, nem todos têm ouvidos iguais aos seus, possuem apenas aqueles que Deus lhes deu.... 

  Em tuas canções, revelastes o Rio para o mundo... Corcovado e Ipanema, ficaram ainda mais belos ao serem emoldurados por teus acordes! Garota de Ipanema... Que moça nunca desejou ser aquela que faz o mar seguir a cadência do seu rebolado no vai e vem das ondas? Todas queríamos ser um poema ao alcance de tuas mãos... 

  Ah, grande gênio, tentaram te prender em gêneros, - que tolos! - , tu escapulistes de todos... Fostes da beleza de Copacabana á vida dura do morro feito por um povo que precisa de voz... Abristes caminhos para a Bossa Nova, e partiu, passeando por outros estilos, com seu jeito mais do que único de tocar violão, extraindo as notas mais belas as quais nossos ouvidos - e coração - foram apresentados. O que fizestes com nosso coração e alma? Roubastes no roubo mais poético que já pôde ser visto, junto a Chico e Vinícius, principalmente. O gênio, o malandro, o poeta... Fizeram das canções impossíveis as mais belas canções de amor: dos olhos que se encontram, das mãos que se anseiam, do sentimento desenfreado, do coração partido (que fez, das mentiras de amor, um samba-canção)...

  Ah Maestro, quanta ausência... Quanta falta fazes aqui! Melodias engavetadas por não estares aqui para ouvi-las serem letradas... Imagina isso? Não há sentido de compor sem a tua "pegação de pé" com a letra. O Jardim Botânico ficou menos esplendoroso sem seu ilustre visitante. Faltam seus passeios. Falta quem se atente aos macucos (ou macacos, ou malucos). Falta quem procure o verdadeiro nome das plantas (abandonastes Chico com sua 'mangífera índica'). Quanto ao Bar do Veloso? Sem o gênio e o poeta, creio que a beleza gloriosa da boemia que o preencheu, hoje vive só na lembrança... 
 
  Ah Antônio, não peço que toques, afinal, sei que partistes já saturado de tantas notas e sons; só peço que nos ensine daí, a sermos mais gente de pé no chão e de coração mais aberto, como fostes, porque meu amigo, só nos resta a certeza de que é preciso inventar de novo o amor! 
 
  De cá, estaremos celebrando tua trajetória, cantando tuas poesias para encher o coração de mais fé em nossa ascensão, afinal a boa música é sim uma forma de oração! 

  Parabéns Maestro amado! 
  Preenches aquilo que te cabe: o lugar eterno em nossos corações! 

0 comentários: