Amar não mata!

sexta-feira, 16 de julho de 2010


  

  Depois daquela noite, do jantar sob a luz da lua, nunca mais se encontraram.
  Entretanto, mesmo após o fim do jogo, as cartas ainda se encontravam sobre a mesa. A taça ainda estava meio cheia. Durante todos esses anos, somente uma reticências se colocara após o último ato. Verdadeiramente, nenhum dos dois quis pôr um ponto final. 
  Um sentimento ainda insiste em pulsar dentro do peito daqueles, que hoje, são quase pessoas da meia idade. Mesmo após tanto anos, ainda se amam com o mesmo amor de sua juventude. Ainda choram ao deitar na cama e sentir a solidão assolar o peito, ao lembrar de toda aquela felicidade que um dia fez morada entre eles. Ainda anseiam por ouvir um do outro, uma simples frase, que excluirá de vez essa reticências, que dará continuidade à linda história. Mas algo os impede.
  Eles ainda teimam em permitir que o medo os roube a voz, os impedindo de proferir o que realmente sentem. Ainda insistem em fazer vãs tentativas de esquecer um ao outro. Tentam seguir em frente, mesmo tal façanha sendo impossível, visto que seus corações se encontram incompletos. E mesmo sabendo qual a única forma de mudar isso, continuam a querer estar cegos.
  E infelizmente ficarão dessa mesma forma até que percebam que não há amor impossível, há somente pessoas incapazes de lançar o medo fora, e ir atrás de sua felicidade, onde quer que ela esteja. Pessoas incapazes de deixar a voz do coração falar mais alto, e amar intensamente, pois de amor é que não se morre.


"Quando sentir a alma esvoaçar pelo corpo em busca de uma saída, 
quando o coração cavalgar em sua garganta afogando-o de alegria, 
quando a certeza de estar vivo e de ser especial o invadir, 
é que você encontrou o amor." 
Ángela Becerra.



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