Reconciliação.

sábado, 7 de agosto de 2010


  

  Após aquele dia em que ele a deixara sozinha no quarto, não mais o vira. Ainda tentando acordar, o procurara no outro lado da cama, e para sua surpresa, haviam somente lençóis amassados, o único sinal de que ele esteve ali.
  Mesmo após tantos meses, os lençóis insistiam em exalar o cheiro do seu corpo. Mesmo após tanto tempo, não conseguira esquecê-lo, a saudade ainda ardia enlouquecidamente em seu peito. Tudo ali a fazia lembrar dos momentos que passaram. Só isso mesmo lhe restara: as lembranças.  Doía, doía muito, mas ela não conseguia abrir mão do que sentia. Na verdade, não queria abrir mão de nada, ainda se agarrava à esperança de que ele voltaria e a tomaria em seus braços.
  Sem pensar muito, discou seu número...
caixa postal! Ele ainda a evitava, e isso fazia seu coração doer. As lágrimas corriam desenfreadamente por seu rosto. Não aguentava mais tudo isso.
  Derrepente a campainha tocou. Um homem lhe entregara um buquê de lírios, suas flores favoritas. Quem poderia ter mandado? A única pessoa que sabia dessa particularidade era o mesmo que acabara de recusar sua ligação. Seria possível? Abriu o cartão que simplesmente dizia “ me espere.” Qual o sentido de tudo aquilo? As ideias misturavam-se dentro de sua cabeça.
  A campainha tocou mais uma vez. Era ele. Ele estava ali, pronto para amá-la com todo coração e alma. E ela estava pronta para ser amada.


" O amor nos toma, mesmo antes de abrirmos a porta e percebermos sua entrada. 
Convém não deixá-lo ir embora, convém deixá-lo entrar. "
Fabricio Carpinejar.


 

0 comentários: