Caminho, dúvidas e... Felicidade!

domingo, 17 de julho de 2011


  A felicidade bateu na porta, mas dessa vez de uma maneira diferente. A garota teria que “dar a cara para bater”, e seguir por um caminho incerto para descobrir o que realmente a aguardava: se ela encontraria a felicidade lhe sorrindo, de braços abertos, ou se sofreria uma decepção, se reconstruiria e, somente então, seria feliz.
  O medo tentou lhe travar as forças. E se não desse certo?  Se ela desse com a cara no muro? Seria melhor partir para longe de tudo e continuar com dúvidas? Seria melhor seguir em frente?
  Muitas perguntas rondavam a cabeça da pobre garota. Mas ela não era daquelas que conseguia ficar na dúvida, enquanto não obtivesse uma certeza, ela não abandonaria o barco. Queria ir, mesmo temerosa. Queria seguir a estrada e ver o que lhe aguardava. Afinal, só assim conseguiria saber se o que ela estava vivendo era realmente uma história dela ou não.
  E com o resto da fé que tinha ela partiu. Só havia dois pontos de chegada, e ela só saberia qual estava destinado a ela, quando esquecesse o medo e embarcasse. E assim o fez, sem saber se o ponto de chegada de sua atual corrida seria o ponto de partida para uma nova estrada de felicidade instantânea, ou se ela teria que construí-la a partir dos destroços.
  Só sabia que teria que ir, apesar dos medos e das dúvidas. Afinal, no fundo, ela sabia que o melhor para sua vida estava para acontecer! 


  " Porque é preciso coragem para se arriscar num futuro incerto. "
(Caio Fernando Abreu)



Amores, dores e recomeços!

quinta-feira, 23 de junho de 2011

 


 O amor é o sentimento mais lindo que existe. Estou falando do amor de verdade, aquele que vem e fica para a vida inteira, e não de um namorado, que pode durar alguns meses ou anos.
 Durante a vida nos envolvemos em relacionamentos, em vários. Alguns são bons, acabam bem, sem grandes dores, sem grandes percas, mas outros não são bem assim. Quando vão embora deixam dor, tristeza, lágrimas. Tiram o seu chão, e transformam o seu mundo colorido em outro, cinzento, monocromático, frio e chato. O coração fica despedaçado, e você jura a si mesmo que não irá mais envolver-se com ninguém, que não deseja mais sofrimentos. E é aí onde as coisas ficam perigosas.
 Você se tranca em seu mundo, constrói barreiras ao redor de si mesmo, e não permite que mais ninguém se aproxime, toque seu coração e te faça sorrir novamente. Você faz isso pretendendo evitar dores, e não percebe que a solidão dói bem mais. Tudo bem que você fique com outras pessoas sem compromisso, sem contato depois. Mas e nas noites frias? Nos dias solitários?
 A gente sempre precisa de alguém que esteja perto, que cuide, que goste. Relacionamentos são difíceis? O fim machuca? Sem dúvida! Mas quebre as barreiras que te impedem de viver. Tire a venda dos olhos, existem pessoas ao seu redor, e entre elas deve existir alguém que goste de você. Mergulhe em um romance sem se preocupar com o fim, viva cada momento por vez. Levante daí, se arrume, saia para arrasar e sem medo da entrega.
 Há a probabilidade de você se machucar novamente, mas você terá que passar por desilusões para que amadureça, e perceba quando a pessoa certa finalmente aparecer. Aquela pessoa que estará ao seu lado sempre, que proporcionará sua verdadeira felicidade e te fará esquecer todas as dores e lágrimas.



“ A vida requer cuidado. Os amores também. 
Flores e espinhos são belezas que se dão juntas. 
Não queira uma só, elas não sabem viver sozinhas... 
Quem quiser levar a rosa para sua vida, 
terá de saber que com elas vão inúmeros espinhos. 
Não se preocupe a beleza da rosa vale o incômodo dos espinhos... “
(Padre Fábio de Melo)

Deixe a vida correr!

segunda-feira, 6 de junho de 2011

  

  Às vezes nos afobamos demais, nos preocupamos demais com o que há de vir. Gastamos todo o nosso tempo pensando no que acontecerá amanhã, qual o rumo que nossa vida tomará, “quebrando” a cabeça com o tempo vindouro, e acabamos desperdiçando todo o nosso presente!
  Nos preocupamos demais á toa, afinal, o futuro já está traçado, o que tiver de acontecer, irá acontecer. De nada adiantará ficarmos enlouquecendo com a forma como deveremos a agir, com a incerteza de algumas respostas que necessitamos, com o que acontecerá no dia seguinte. De nada adianta querermos apressar o tempo... tudo ocorrerá no momento exato!
  A vida é assim, as coisas são assim, e temos que aprender a respeitar a sabedoria do tempo. Acalme o coração, acalme a mente! Relaxe, a vida acontece agora, e ela é curta demais para nos retermos somente em preocupações.
  Viva o presente, aproveite o agora! O amanhã? Ele vai chegar com suas surpresas, com novas dúvidas, mas também com as soluções pelas quais você estava esperando. Nós temos o direito de deixar as coisas se desenrolarem da maneira que elas pedem, sem interferências, sem grandes medos. O futuro está escrito, e ... ele será todo nosso!


"A gente, às vezes, se afoba e se abafa desnecessariamente. 
Os mais lindos bordados da vida são feitos com os fios de delicadeza,
que respeitam a sabedoria amorosa do tempo do coração."
(Ana Jácomo)

Entre aspas...

sábado, 28 de maio de 2011




Estive pensando nesse mistério que faz com que a vida da gente se encante tanto por outra vida. E sinta vontade de escrever poemas. Garimpar estrelas. Deixar florir pelo corpo os sorrisos que nascem no coração. Nesse mistério que nos faz olhar a mesma imagem inúmeras vezes, sem cansaço, seja ela feita de papel ou de memória. Que nos faz respirar feliz que nem folha orvalhada. Querer caber, com frequência, no mesmo metro quadrado onde a tal vida está. Cantarolar pela rua aquela canção que a gente não tinha a mínima ideia de que lembrava.

Estive pensando nesse mistério que faz com que a vida da gente encontre essa vida na multidão planetária de bilhões de outras. E sem saber que ela existia, perceba ao encontrá-la que sentia saudade dela antes de conhecê-la. Estive pensando nesse mistério que faz com que aquela vida que acaba de encontrar a nossa nos deixe com a impressão de estar no nosso caminho desde sempre, como se fosse um sol que esteve o tempo todo ali e a gente somente não o ouvia cantar. Nesse mistério que nos faz trocar buquês dos olhares mais cuidadosos. Que nos faz querer cultivar jardins, lado a lado. Nesse mistério que faz com que a nossa vida queira um bem tão grande à outra vida, que vai ver que isso já é uma prece e a gente nem desconfia.


Estive pensando nesse mistério lindo que você é para alguém e alguém é para você ou que ainda serão um para o outro. Nessa oportunidade preciosa dos encontros que nos fazem crescer no amor também com o tempero bom da ludicidade. Nesse clima de passeio noturno em pracinha de cidade pequena. Nessa paz que convida o coração pra recostar e repousar cansaços. Nesse lume capaz de clarear quarteirões inteirinhos da alma e acender um mundaréu de vontades no corpo. Nesse abraço com braços que começam dentro da gente. Nessa vontade de deixar o mundo todo pra depois só para saborear cada milímetro do momento embrulhado pra presente.


Estive pensando nesse mistério que não consigo desvendar. Nem tento.




(Esse Mistério - Ana Jácomo)

Sobre o amadurecimento das coisas!

sexta-feira, 20 de maio de 2011

  

  Sabemos que coisas boas nos aguardam sempre. Em nosso coração sempre existe aquela chama, uma voz que diz que o que tanto almejamos irá chegar. Os nossos sonhos serão realidade e teremos felicidade plena! Isso é muito bonito... até quando nos permitimos esperar, até quando conseguimos nos conter na paciência e na calma.
  Há momentos em que o desespero bate! Nós sabemos que o desejo se realizará, mas fixamos nossos olhos somente no tempo, e começamos a reclamar que está demorando tempo demais, que já não suportamos mais tamanha espera. Nos dias de hoje, a pressa tem reinado, e já não conseguimos aguardar um pouquinho a mais de tempo.
  Como uma fruta, as coisas também precisam de tempo para amadurecer, para caírem boas em nossas mãos e, enfim, podermos apreciá-las. Mas não conseguimos aguardar! Desejamos tudo á nossa maneira, e esquecemos que cada mínima coisa possui seu tempo exato de amadurecimento.
  E é por isso que perdemos tanto na vida. Temos pressa, “metemos os pés pelas mãos”,  e antes que nosso fruto amadureça, o arrancamos do pé sem ele estar pronto!E o que acontece? Ele acaba morrendo. As coisas murcham, e se esvaem por entre nossos dedos. Ao vermos essa triste cena, nos arrependemos, mas é tarde demais para lágrimas e pedidos de desculpa. O fruto já morrreu! Agora é a hora de plantar outro e, não esquecer, de esperar seu tempo certo de amadurecimento, para que possamos experimentá-lo e fazê-lo duradouro!


" Esse é um dos capítulos mais difíceis do livro-texto 
e do caderno de exercícios: 
o aprendizado do respeito ao sábio tempo das coisas. "
(Ana Jácomo) 

Entre aspas...

terça-feira, 10 de maio de 2011





"Apenas desejo intensamente que você não avance demais para não cair do outro lado.Você tem de ser equilibrista até o fim da vida. E suando muito, apertando o cabo da sombrinha aberta, com medo de cair, olhando a distância do arame já percorrido e do arame a percorrer — e sempre tendo de exibir para o público um falso sorriso de calma e facilidade. Tem de fazer isso todos os dias, para os outros, como se na vida não tivesse feito outra coisa, para você como se fosse sempre a primeira vez, e a mais perigosa. Do contrário seu número será um fracasso."

(Fernando Sabino para Clarice Lispector)

É impossível dizer adeus!

segunda-feira, 2 de maio de 2011

  

  Cheguei na estação em cima da hora, no momento exato em que o motorista anunciou a partida do trem, e a tempo de te ver, pela última vez, de relance. Somente ali eu havia descoberto o motivo de seu repentino e, até ali, inexplicável sumiço, o motivo de seu silêncio e das inúmeras ligações rejeitadas. Medo! Mais uma vez ele havia lhe travado.
  Vivemos um amor de verão. Intenso, forte e lindo! Um mês que mais parecera uma eternidade – ou talvez eu desejasse que houvesse sido realmente assim. Ocorreram entre nós coisas que jamais poderiam ocorrer com outras pessoas durante anos. Amamos de todas as formas possíveis. Sorrimos, choramos, brigamos, entretanto, movidos pela magia do sentimento, esquecemos que em pouco tempo o verão terminaria. Aliás, corrigindo: eu esqueci, você não!
  Na última semana você sumiu. Me deixou preocupada, com medo que algo de ruim houvesse lhe acontecido. Sofrendo e chorando ao pensar que, para você, tudo havia sido somente uma brincadeira. Sumiste, me impedindo de entrar em contato contigo, e me fazendo pensar que havia acabado.
  Entretanto, hoje eu entendo. Foi medo. Medo de se apegar mais, de sofrer, de me fazer sofrer, de pisar no terreno desconhecido do amor. Sobrou medo e faltou coragem! Coragem de olhar nos meus olhos pela última vez e dizer adeus, coragem de dizer aos outros que ficaria, coragem de fazer o que seu coração implorava e não o que as pessoas esperavam que tu fizesse.
  Mas eu sei... sei que me amas, e que o medo te impede de viver e ser feliz. Sei que está sofrendo e que agora, no momento em que o trem faz a curva e some no horizonte, você reluta em olhar para trás, e uma lágrima escorre por tua face, enchendo de líquido salgado os teus lábios, que receberam meu beijo doce, no momento em que vês uma foto nossa que tiraste do bolso.
  Dou meia volta, também chorando, e começo a andar retornando para casa. Derrepente tropeço e olho para o chão. Acabo de tropeçar em seu coração, envolvido com um laço de fita, e com um bilhete que assim diz: “Para minha doce amada!”. Você partira mas seu coração ficara, afinal ele pertencia a mim. E eu cuidaria dele como minha vida – pois assim ele o era.


"Sobrou desse nosso desencontro, um conto de amor sem ponto final."
(Chico Buarque )



Entre aspas...

sábado, 23 de abril de 2011


  
  Vai passar tu sabes que vai passar. Talvez não amanhã, mas dentro de uma semana, um mês ou dois, quem sabe? O verão está aí, haverá sol quase todos os dias, e sempre resta essa coisa chamada ''impulso vital''. Pois esse impulso às vezes cruel, porque não permite que nenhuma dor insista por muito tempo, te empurrará quem sabe para o sol, para o mar, para uma nova estrada qualquer e, de repente, no meio de uma frase ou de um movimento te surpreenderás pensando algo assim como "estou contente outra vez". Ou simplesmente "continuo", porque já não temos mais idade para, dramaticamente, usarmos palavras grandiloquentes como "sempre" ou "nunca". Ninguém sabe como, mas aos poucos fomos aprendendo sobre a continuidade da vida, das pessoas e das coisas.

(Caio Fernando Abreu)


A hora de baixar as armas!

domingo, 17 de abril de 2011



 “ Eu desisto! “ –  É, eu acabara de  pronunciar essas (pesadas) palavras! Para mim, não havia mais solução, o fim tinha chegado, precipidamente, e eu teria de me conformar. A vida acabara de me dar mais uma rasteira, e estava sentada na poltrona em frente a minha, rindo da minha cara. E, tenho a leve impressão de que, na minha testa, tinha escrito “idiota”, com letras bem grandes, para que todos vissem. É, chegara à hora de baixar as armas, se render... eu já não tinha mais forças para lutar! Nenhuma sequer. Logo eu, aquela que sempre falou que nunca devemos perder a esperança, acabara de confessar que a sua havia descido pelo ralo. É, tem momentos que não temos mais de onde tirar esperança e forças, mesmo que recauchutadas, e as pessoas se tornam pequenas demais para aquilo que queríamos realizar. E nossa coragem? É, ela se torna menor ainda.

" Desistir é a escolha mais sagrada de uma vida. 
Desistir é o verdadeiro instante humano. 
E só esta, é a glória própria de minha condição. 
A desistência é uma revelação. "
(Clarice Lispector)


Palavras são pouco, muito pouco...

quinta-feira, 7 de abril de 2011



Como descrever o que há aqui dentro? 
Como descrever o que meus olhos vêem quando você aparece, mesmo que ao longe? 
Como descrever o que ocorre com minhas mãos quando os meus olhos te avistam?
Como descrever a voz embargada na garganta quando você me dirige a palavra?
Como descrever esse brilho em meu olhar quando toco em seu nome?
Como descrever os momentos em que fico “nas nuvens” pensando em nós dois?
Como descrever o que ocorre em meu cérebro, que insiste em guardar somente seu rosto, sua voz, seu cheiro na memória?
Como descrever a loucura que sinto quando meu telefone toca e fico com a esperança maluca que seja você ligando?
Como descrever, e esconder, a felicidade no dia em que vou te ver?
Como descrever a saudade absurda que tenho de te ter aqui perto?
Como descrever essa escola de samba que se apropria do meu coração quando estou ao seu lado?
Como descrever esse amor, que é o maior e o mais puro do Universo?
Palavras são pouco, muito pouco...
O silêncio, aquele que nos cerca quando nos vemos refletidos no olho um do outro, explica tudo isso de uma forma bem mais fácil, mais mágica, mais linda!


"Quem procura as melhores palavras, ainda não está certo. 
Devemos procurar o melhor silêncio. O silêncio exato."
(Fabrício Carpinejar).