Entre aspas...

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010





       Um nome para o que eu sou, importa muito pouco. Importa o que eu gostaria de ser.

       O que eu gostaria de ser era uma lutadora. Quero dizer, uma pessoa que luta pelo bem dos outros. Isso desde pequena eu quis. Por que foi o destino me levando a escrever o que já escrevi, em vez de também desenvolver em mim a qualidade de lutadora que eu tinha? Em pequena, minha família por brincadeira chamava-me de ‘a protetora dos animais’. Porque bastava acusarem uma pessoa para eu imediatamente defendê-la.

       [...] No entanto, o que terminei sendo, e tão cedo? Terminei sendo uma pessoa que procura o que profundamente se sente e usa a palavra que o exprima. É pouco, é muito pouco.



Clarice Lispector

33 anos sem Clarice!

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010



Visão de Clarice Lispector

 Clarice,
veio de um mistério, partiu para outro.

Ficamos sem saber a essência do mistério.
ou o mistério não era essencial,
era Clarice viajando nele.

Era Clarice bulindo no fundo mais fundo,
onde a palavra parece encontrar sua razão de ser, 
e retratar o homem.

O que Clarice disse, o que Clarice
viveu por nós em forma de história,
em forma de sonho de história,
em forma de sonho de sonho de história,
(no meio havia uma barata
ou um anjo?)
não sabemos repetir nem inventar.
São coisas,
são jóias particulares de Clarice,
 que usamos de empréstimo, 
ela dona de tudo.

Clarice não foi um lugar-comum,
carteira de identidade, retrato.
De Chirico a pintou? Pois sim.

O mais puro retrato de Clarice
só se pode encontrá-lo atrás da nuvem
que o avião cortou, não se percebe mais.

De Clarice guardamos gestos. 
Gestos, tentativas de Clarice sair de Clarice
para ser igual a nós todos
em cortesia, cuidados, providências.
Clarice não saiu, mesmo sorrindo.
Dentro dela
o que havia de salões, escadarias,
tetos fosforescentes, longas estepes,
zimbórios, pontes do Recife em bruma envoltas,
formava um país, o país onde Clarice
vivia, só e ardente, construindo fábulas.

Não podíamos reter Clarice em nosso chão
salpicado de compromissos. 
Os papéis, os cumprimentos falavam em agora,
edições, possíveis coquetéis à beira do abismo.
Levitando acima do abismo Clarice riscava
um sulco rubro e cinza no ar e fascinava.

Fascinava-nos, apenas.
Deixamos para compreendê-la mais tarde.
Mais tarde, um dia... saberemos amar Clarice.


(Carlos Drummond de Andrade)



Hoje é um novo dia para recomeçar!

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010




 Hoje é um novo dia!
 Aquele amor que você acreditava ser eterno chegou ao fim? Parta para outra!  Lhe fizeram acreditar que você não é capaz? Erga a cabeça e mostre que é!  Disseram que seu sonho é uma bobagem? Não escute, lute por ele com todas as suas forças!
 Hoje as coisas podem estar bem difíceis, e os problemas podem lhe impedir de ver o que está logo após o horizonte. Você pode estar se vendo sem saída, sem a mínima força para se erguer e traçar novos caminhos, mas não se condene a ficar inerte, esperando que algo extraordinário aconteça, que ocorra uma reviravolta e as coisas retornem todas para suas mãos. Lamento dizer, mas isso não vai acontecer! Você só colherá o que plantar, e só mudará de vida quando corrigir os erros e modificar as rotas.
 Nunca perca a esperança! Se abrir mão dela, abrirá, automaticamente, mão da vida. Ela é a mola que nos impulsiona para o alto, onde devemos sempre estar. Levante, sacuda a poeira, e lute! Corra atrás do que deseja. Está sem rumo? Há vários caminhos, escolha o seu e siga. Como já dizia Clarice, “imoral é desistir de si mesmo”. Você é bem maior do que te fizeram crer, e, talvez, o seu final feliz hoje seja juntar as forças e reconstruir a vida com o que restou. Não esqueça: HOJE É UM NOVO DIA PRA RECOMEÇAR!

"É preciso voltar aos passos que foram dados, 
para repetir e para traçar caminhos novos ao lado deles. 
É preciso recomeçar a viagem. Sempre."
(José Saramago)


Estrela...

segunda-feira, 29 de novembro de 2010




“ Não esqueça que sou e sempre serei a sua estrela, eu estarei sempre olhando por você. Quando olhar para o céu e ver a estrela mais brilhante, lembre-se de mim, e aguarde a minha volta. Eu retornarei, porque eu te amo! “
  Após dizer isso, você beijou meus lábios e partiu.
 Por que disseste isso? Sempre que olho para o céu, lembro de você, dos nossos [maravilhosos] momentos. Lembro-me do seu sorriso, seu olhar, seu perfume. Junto também vem a saudade, que oprime meu coração até que ele não mais suporte a dor, e ela transborde pelos meus olhos.
 Já não suporto isso, eu queria ter você aqui bem perto, poder te tocar. Já não aguento mais esperar por seu retorno. Eu gostava mais da estrela quando eu a olhava e fazia um simples desejo, sem a menor esperança que ele se tornasse real.



"As pessoas têm estrelas que não são as mesmas. (...)
Tu porém, terás estrelas como ninguém...
Quero dizer: quando olhares o céu de noite
(porque habitarei uma delas e estarei rindo),
então será como se todas as estrelas te rissem!
E tu terás estrelas que sabem sorrir!
Assim, tu se sentirás contente por me teres conhecido"
(Antoine de Saint-Exupéry)

Entre aspas...

quarta-feira, 17 de novembro de 2010





Telha de Vidro

Quando a moça da cidade chegou
veio morar na fazenda,
na casa velha... Tão velha!
Quem fez aquela casa foi o bisavô...
Deram-lhe para dormir a camarinha,
uma alcova sem luzes, tão escura!
mergulhada na tristura
de sua treva e de sua única portinha...
A moça não disse nada,
mas mandou buscar na cidade uma telha de vidro...
Queria que ficasse iluminada
sua camarinha sem claridade...
Agora, o quarto onde ela mora
é o quarto mais alegre da fazenda,
tão claro que, ao meio dia, aparece uma
renda de arabesco de sol nos ladrilhos vermelhos,
que — coitados — tão velhos
só hoje é que conhecem a luz doa dia...
A luz branca e fria
também se mete às vezes pelo clarão
da telha milagrosa...
Ou alguma estrela audaciosa
careteia
no espelho onde a moça se penteia.
Que linda camarinha! Era tão feia!
— Você me disse um dia
que sua vida era toda escuridão
cinzenta, fria,
sem um luar, sem um clarão...
Por que você na experimenta?
A moça foi tão vem sucedida...
Ponha uma telha de vidro em sua vida!

Rachel de Queiroz 

*Em homenagem ao centenário desta ilustre escritora. 



Entre aspas...

segunda-feira, 15 de novembro de 2010


I

Acredita em anjo? Pois é, sou o seu!
Soube que anda triste, que sente falta de alguém, 
Que não quer amar ninguém. 
Por isso estou aqui, vim cuidar de você, 
Te proteger, te fazer sorrir,
Te entender, te ouvir,
E quando tiver cansada,
Cantar pra você dormir.
Te colocar sobre as minhas asas,
Te apresentar as estrelas do meu céu,
Passar em Saturno e roubar o seu mais lindo anel.
Vou secar qualquer lágrima que ousar cair,
Vou desviar todo mal do seu pensamento,
Vou estar contigo a todo momento,
Sem que você me veja,
Vou fazer tudo que você deseja.
Mas, de repente você me beija,
O coração dispara e a consciência sente dor,
E eu descubro que além de anjo,
Eu posso ser seu amor.

II

Hoje eu acordei mais cedo e fiquei te olhando dormir,
Imaginei algum suposto medo para que tão logo pudesse te cobrir.
Tenho cuidado de você todo esse tempo,
Você está sobre meu abraço e minha proteção.
Tenho visto você errar e crescer, amar e voar,
Você saberia onde pousar!
Ao acordar já terei partido,
Ficarei de longe escondido,
Mas sempre perto, de certo, 
Como se fosse humano, vivo,
Vivendo pra te cuidar, te proteger,  
Sem você me ver, sem saber quem sou,
Se sou anjo, ou se sou seu amor!


III

Afinal, quem eu sou? Seu anjo, ou seu amor?
Tenho asas?
Anjos aparecem invisíveis.
Humanos também, quando amam.
Quero dizer que já não importa mais saber de onde eu venho,
Se tudo que sou pra você é amor.
E se ainda assim, quiser voar,
Te levo comigo, te mostro as estrelas,
Outros alados, Deus, a vida celeste.
E depois voltamos pra nossa casa,
Até nos amarmos, até morrermos,
Para dizer que é seu o anel.
Sou seu amor na terra,
E seu anjo no céu.


Saulo Fernandes. conheça o autor!

Venha...

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

 

Você não precisa fingir para mim.
Eu sei que cada célula do seu corpo clama pelo meu,
Que ao se aproximar de mim, seu coração acelera,
e chega quase a abrir um buraco em seu peito.
 Não tente fingir, não fuja, não corra!
Chegue mais perto, sinta o meu perfume,
Me faça carinho, beije-me os lábios.
Diga-me ao pé do ouvido o que sente.
Permita-me sentir a sua pulsação (super) agitada...
Eu preciso disso!
Eu preciso te sentir perto...
Venha!
Não vai ser preciso arrombar a porta,
mesmo após tanto tempo, ela continua aberta para você...
Eu continuo a te amar, e eu sei que não sinto sozinha.
Me tome em seus braços, sem medo.
Venha, diga que me ama,
antes que seja tarde demais...



"Chegue bem perto de mim. 
Me olhe, me toque, me diga qualquer coisa. 
Ou não diga nada, mas chegue mais perto. 
Não seja idiota, não deixe isso se perder, 
virar poeira, virar nada..."
Caio F. Abreu




O que eu queria te dizer ...

quinta-feira, 28 de outubro de 2010



 Eu queria dizer que você já não significa mais nada pra mim, que as borboletas morreram, e já não ficam mais voando em meu estômago todas as vezes que eu te vejo. Eu queria dizer que você não passa de uma lembrança, mas tudo isso seria mentira, a maior delas.
  Por muitas vezes eu tentei partir, corri para longe, mas meu coração ordenou que meus pés retornassem, e quando percebi já estava novamente aqui, aguardando a sua vinda. Não sei mais o que faço! Eu não consigo te expulsar dos meus pensamentos, do meu coração, eles são involuntários, e teimam em servir de abrigo para você, mesmo que isso vá os destruindo.
  Eu queria dizer que te esqueci, mas eu estaria mentindo mais uma vez. Meu maior desejo é te ter perto, é sentir seus braços me envolvendo, e ter a certeza que nenhuma força do mundo vai poder te levar para longe de mim. É sair com você pela praia, sentar em frente ao mar, e planejar nosso futuro, mesmo ele sendo incerto.
   Eu queria poder dizer que você é meu, somente meu, mas não posso, porque, mais uma vez, eu estaria mentindo. E eu continuo aqui a sonhar, e esperar que você retorne. Afinal, ninguém nunca morreu por sonhar não é mesmo?


"Algumas flores teimam em viver, 
apesar do peso, apesar da morte, 
apesar de algumas que teimam em morrer, 
apesar de tudo."
(Alice Ruiz)

Nosso pedaço da eternidade.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010



  Estávamos sob duas árvores, deitados, e eu poderia dizer que estava sentindo o agradável cheiro das flores, aquele cheirinho de primavera, mas seria mentira! Eu só conseguia sentir o seu cheiro, e sua quente respiração no meu pescoço. Como era bom te ter tão perto, sentir você ao meu lado, como se nada no mundo tivesse a força de te tirar dali... como era bom te chamar de meu!
  Virei para te ver, e você olhou para mim com um olhar que suplicava por um beijo, isso te deixava tão lindo! Você sempre fazia isso, mesmo sabendo que não precisava suplicar, meus beijos eram só seus, e estariam sempre disponíveis. Após o beijo, você puxou minha cabeça até que seus lábios encontraram meus ouvidos, e disse “ é impossível esquecer a nossa história, eu tenho um sentimento muito especial por você, diferente do que já senti por outras garotas, você mexe muito comigo, e é bem além de um desejo carnal! ”
  Essas palavras me levaram ao céu. Eu jamais tinha ouvido coisa mais linda. Meu coração? Ele quase saltou do peito, e lágrimas rolaram pela minha face. Você as secou, e disse “ não chore por mim, eu não mereço suas lágrimas ”. Como você pode ser tão bobo? Naquele momento eu tinha o cara dos meus sonhos na minha frente, ele acabara de mostrar o que sentia por mim, e eu não choraria? Chorei sim, foram lágrimas de amor.
  Recostei a cabeça em seu peito, e fiquei a ouvir as batidas do seu coração, que compunham um ritmo perfeito ao se juntar com as minhas. Ao som dessa música, a mais linda de todo o universo, me pus a lembrar de todos os momentos que vivenciamos e, sem dúvida alguma, esse fora o mais sublime, com todos os significados e emoções que essa palavra traz!
  Olhei novamente para você, e seus olhos me confirmaram tudo o que eu acabara de ouvir. E naquele momento eu tive a absoluta certeza que você era a pessoa certa para mim, e que eu era a pessoa certa para você. Sem mais dúvidas, pertencíamos um ao outro! E, com essa certeza, continuamos ali. Sob as árvores, em uma tarde de domingo, eu, você, e NOSSO pedaço da eternidade.




"No one, no one, no one
Can get in the way of what I'm feeling
No one, no one, no one
Can get in the way of what I feel
For you, you, you
Can get in the way of what I feel for you."
( No One - Alicia Keys )




Emoção, por favor, retorne!

sábado, 16 de outubro de 2010


 
 


  Saudade da batida acelerada do meu coração. Saudade de sentir minhas mãos frias como cubos de gelo, das pupilas dilatadas, do tremor nas pernas. Saudade da voz embargada na garganta, sem a mínima força para sair. Saudade...
 Preciso de emoção. Preciso de um bom motorista, que pise no acelerador sem medo, que não precise frear, que não se importe, somente siga! Eu quero adrenalina, novas sensações. Estou cansada da monotonia, de uma vida pacata. Não estou nada à vontade aqui, essa não sou eu, definitivamente. Preciso me sentir em uma montanha-russa, cansei de estar nesse carrossel, somente girando, sem conseguir encontrar o pódio de chegada. 


" E algum veneno anti-monotonia... "